Título: Meio Ambiente no Século 21
Autor: André Trigueiro
Editora: Autores Associados
Ano: 2005
No livro “Meio ambiente no século 21”, André Trigueiro, 46, jornalista pós-graduado em gestão ambiental, reúne diversos autores em suas áreas de conhecimento para discutir um tema cada vez mais presente na sociedade: o meio ambiente. O livro traz Fritjof Capra, Leonardo Boff, Gilberto Gil, Samyra Crespo, André Trigueiro, Sérgio Besserman, Rubens Harry Born, Fernando Almeida, entre outros, porém como foi feita uma leitura parcial, será tratado apenas os primeiros seis autores e seus respectivos assuntos.
A questão da sustentabilidade vem sendo cada vez mais discutida no mundo moderno, porém a definição de alguns termos relacionados a esses assuntos, muitas vezes, não são esclarecidos ou são colocados de maneira errônea. Logo na primeira leitura, percebe-se que o livro tem o objetivo de aprofundar estes conceitos e oferecer informações necessárias para a formação de uma opinião do leitor, o que faz bem, usando uma linguagem simples e de fácil entendimento. Além disso, no final do livro é oferecido um glossário, feito pela Patrícia Mousinho, com conceitos ambientais presentes no texto, facilitando a leitura.
Os autores foram muito bem escolhidos e cada profissional posiciona-se, trazendo informações sobre o tema central de maneira diferente, não deixando o livro cansativo. Cada capítulo tem uma característica própria, podendo ser feita uma leitura independente. Fritjof Capra começa mostrando a importância da educação ambiental e como isso pode ser feito mostrando o exemplo do Centro de Alfabetização Ecológica na Califórnia no qual é diretor. A maneira com que se lida com o conceito de meio ambiente é apontado por Leonardo Boff, na espiritualidade, e Gilberto Gil, na cultura, apontando as mudanças ocorridas durante o tempo e de acordo com as diferenças sociais. Samyra Crespo expõe como o assunto é visto por diferentes pessoas através das pesquisas de opinião pública e como estas são importantes para saber até onde vai o conhecimento dos brasileiros em relação ao assunto. André Trigueiro discute como a mídia trata do tema e Sérgio Besserman analisa os indicadores, mostrando a precariedade dos mesmos em relação à realidade.
Apesar da precariedade das informações, a modernização conceitual da gestão ambiental e o crescimento do tema na agenda pública aconteceram, porém só foram possíveis a partir da aparição dos recentes problemas ambientais. Segundo Sérgio Besserman, o despertar da consciência ecológica é recente e este é um dos motivos contribuintes para que os indicadores, como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não sejam tão eficientes no Brasil.
Mesmo com o atual enfoque das mídias televisivas no meio ambiente, André Trigueiro levanta a questão da escassez de informações e de cursos sobre a matéria para estudantes e jornalistas no Brasil, havendo, muitas vezes, certa confusão causada por dados errados. Além disso, ele ressalta a ameaça do jornalismo ambiental aos interesses de empresas públicas e privadas que agem contra a sustentabilidade, o que deixa implícito a manipulação de informações pelos meios de comunicação, de modo a não prejudicar essas empresas que, geralmente, são seus patrocinadores. A falta de informações é comprovada pelas pesquisas de opinião pública. Samyra Crespo destaca que o assunto não é prioridade para o brasileiro, justamente por falta de conhecimento.
Na leitura, percebe-se um caráter reflexivo que trata a competência em debater o tópico que, normalmente, fica na superficialidade por falta de informações concretas. O livro convida o leitor a enraizar seu discurso e não permanecer no plano geral, além de promover um diálogo entre a sociedade e o ambiente. E trabalha bem a sua ideia central: desmitificar a ideia do ser humano excluído da natureza e que esta se faz apenas da fauna e da flora.
Os autores foram muito bem escolhidos e cada profissional posiciona-se, trazendo informações sobre o tema central de maneira diferente, não deixando o livro cansativo. Cada capítulo tem uma característica própria, podendo ser feita uma leitura independente. Fritjof Capra começa mostrando a importância da educação ambiental e como isso pode ser feito mostrando o exemplo do Centro de Alfabetização Ecológica na Califórnia no qual é diretor. A maneira com que se lida com o conceito de meio ambiente é apontado por Leonardo Boff, na espiritualidade, e Gilberto Gil, na cultura, apontando as mudanças ocorridas durante o tempo e de acordo com as diferenças sociais. Samyra Crespo expõe como o assunto é visto por diferentes pessoas através das pesquisas de opinião pública e como estas são importantes para saber até onde vai o conhecimento dos brasileiros em relação ao assunto. André Trigueiro discute como a mídia trata do tema e Sérgio Besserman analisa os indicadores, mostrando a precariedade dos mesmos em relação à realidade.
TRIGUEIRO, André (Org). Meio Ambiente no Século 21. 5 ed. Campinas: Armazém do Ipê, 2008. p. 9-105.
Nome: Thais Ramos
Facebook: Thais
Nossa, que diferente uma resenha sobre um livro didático, ainda mais sobre esse assunto. Bom saber que ainda há pessoas que se preocupam com o meio ambiente e, ainda por cima, a resenha está bem feita. Parabéns!
ResponderExcluirWow, finalmente um resenha livro técnico. :)
ResponderExcluirLeio muito em minha área (psicologia e educação) e um dos livros que já li é do Capra: Alfabetização Ecológica. Adoro a proposta dele. Gosto muito da maneira como o L. Boff escreve também, mas confesso que nunca li nada de autoria do G. Gil. :O
Fiquei bastante curiosa com o livro. Parabéns pela crítica!